sábado, 23 de fevereiro de 2013

Como identificar que uma pessoa está sofrendo um AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um distúrbio de irrigação sanguínea do cérebro. É a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos e no Reino Unido, e a causa de 10% de todas as mortes do mundiais. 

Uma pessoa pode estar passando por um AVC sem ao menos perceber. A vítima pode sofrer danos cerebrais sérios sem que as pessoas em voltam percebam os sintomas. Isso porque pouco se é divulgado a respeito do quadro clínico agudo de uma pessoa com AVC.
É importante reconhecer um AVC e seus sintomas, especialmente se você tem contato direto com pessoas que fazem parte do grupo de risco desse distúrbio (esse assunto será abordado com mais detalhes em outra postagem). Há tratamento disponível para minimizar os danos do AVC e, em alguns casos, é capaz de suprimir por completo essas sequelas. Contudo, o paciente deve chegar ao hospital o mais rápido possível, pois o tratamento só é efetivo se realizado com no máximo três horas após o início dos sintomas.

Dessa forma, é muito importante que todos saibam identificar os primeiros sintomas de um AVC agudo.

  • Dormência ou fraqueza súbita na face, braço ou perna, especialmente se atingir apenas um dos lados do corpo;
  • Confusão súbita, problemas de fala ou de compreensão;
  • Dificuldade de enxergar com um ou ambos os olhos;
  • Problemas súbitos de locomoção, tontura, perda de equilíbrio ou coordenação motora;
  • Dor de cabeça súbita ou severa, sem causa aparente.
Para tanto, é possível fazer um teste simples, que compreende três comandos básicos:
  1. Sorria! - Caso o sorriso da pessoa apresentar algum desvio, desconfie de um possível AVC.
  2. Levante ambos os braços! - Uma pessoa que está sofrendo um AVC não conseguirá levantar ou não conseguirá manter levantado um dos braços;
  3. Pronuncie um frase simples! - Um dos sintomas do AVC é a confusão e/ou o distúrbio na fala. Caso a pessoa não consiga formar um frase coerente ou a pronuncia esteja embolada, possivelmente ela estará sofrendo um AVC.
Qualquer desses sintomas podem ser causados por outras condições, como por exemplo a labirintite, o uso de fármacos ou uma patologia primária. Contudo, no caso do AVC, esses sintomas irão aparecer de maneira súbita e sem precedentes. 

Vale ressaltar que qualquer pessoa pode sofrer um AVC, independente da idade, sexo, raça, classe social, forma física... Portanto, se um deses sintomas for identificado é necessário agir com rapidez e procurar tratamento médico emergencial. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Desenvolvimento neuropsicomotor infantil

A evolução estático-motora do neonato até a idade adulta depende da maturação do sistema nervoso central, sendo determinada por padrões geneticamente estabelecidos e estímulos ambientais.

O desenvolvimento infantil é influenciado por uma tríade, a tríade de Newell, que considera o papel do indivíduo, do ambiente e da tarefa. 

As mudanças durante o primeiro ano de vida são as mais importantes modificações, onde se processam os maiores saltos evolutivos e em curto período de tempo. No primeiro ano, a criança passa de uma posição horizontal para uma vertical, quando aprende a se movimentar contra a gravidade. 

As modificações nos marcos de desenvolvimento típico geralmente são percebidas e relatadas de mês a mês, de forma que as crianças podem ser classificadas como pertencentes a uma determinada faixa etária motora.

Para determinar a faixa etária motora, se considera os seguintes critérios que compõem o desenvolvimento típico infantil:

  • Reflexo: pode ser conceituado como uma mesma resposta motora a um determinado estímulo sensorial. Os reflexos são movimentos simples, cujo controle motor é realizado principalmente pela medula e, algumas vezes, como modulação mesencefálica. Ao longo do desenvolvimento típico eles são suprimidos ou substituídos por reações automáticas.
  • Reações: são movimentos automáticos controlados pelo mesencéfalo e quem incluem padrões rítmicos já bem aprendidos, como a mastigação, a preensão e até mesmo a marcha.
  • Padrões de movimento: se referem as posturas adotadas para possibilitar a execução das habilidades motoras, tais como: supino, prono, sentado, em pé, entre outros. Estes fatores dependem do componente neuromaturacional e permitem o ajuste e a adaptação de acordo com o contexto. Desta forma, os padrões motores básicos ocorrem pelos mecanismos de feedback e feedfoward. O feedback fornece as pistas sensoriais necessárias e o feedfoward realiza os ajuste posturais antecipados, após a automatização do feedback.
  • Habilidades motoras: se referem aos movimentos com controle cortical, que demandam intenso aprendizado motor e são o foco principal da atuação do fisioterapeuta. Estas são consideradas o nível mais elevado de controle motor.
  • Planos de movimento: fazem parte de uma categoria que tem merecido atenção recentemente e dizem respeito à aquisição de movimentos no plano sagital, frontal e transversal. Somente após dominar o plano transversal é que a criança conseguirá realizar movimentos mais complexos como a rotação e até mesmo a escrita.
Todos estes itens possuem relação direta com o desenvolvimento motor que ocorre no primeiro ano de vida. 

A criança quando nasce responde ao meio ambiente de maneira reflexa. Isso ocorre porque o SNC ainda é imaturo e as vias da motricidade voluntária não possuem mielinização suficiente na cápsula interna para que o córtex motor tenha ação principal. Assim sendo, mesmo que intencional, qualquer resposta será meramente reflexa, comandada pela medula e pelo mesencéfalo.

Durante seu amadurecimento o SNC estabelece novas sinapses e, progressivamente, o comportamento motor se transforma. Alguns reflexos se automatizam e se transformam em reação. As reações de equilíbrio, proteção e retificação evoluem e proporcionam estabilidade para que os padrões de movimentos voluntários se estabeleçam. 

Ao mesmo tempo, durante a movimentação espontânea, a criança adquire mobilidade nos diferentes planos de movimento. Inicialmente domina o plano sagital, com os movimentos de extensão e flexão. Posteriormente o plano frontal, com as transferências de peso e a flexão latero-lateral. Por último adquire o plano transversal ou rotacional, que proporciona os movimentos de dissociação, imprescindíveis para as trasnferências de postura, marcha cruzada, entre outras habilidades. 

Recém-nascido

As crianças posicionam-se em supino, com a cabeça lateralizada. Observa-se a retração da cintura escapular, com elevação, adução, rotação interna ou externa dos ombros. Há flexão dos cotovelos, com pronação de antebraços, flexão de punhos e dedos e adução de polegares. A pélvis fica em retroversão com os membros inferiores fletidos sobre o abdômen, quadris em abdução e rotação externa, flexão de joelhos e dorsiflexão dos pés. 

Quando sentado, a cabeça cai para trás sem controle, enquanto os braços, a coluna lombar e o tronco permanecem em flexão.

Em prono, o peso do corpo se encontra mais transferido sobre a cabeça e o tronco, o que impede a movimentação de membros superiores. Há flexão de membros inferiores, com os quadris sem tocar o plano de apoio. O bebê pode virar a cabeça para os lados para liberar as vias aéreas e levantá-la por alguns segundos. 

Os membros superiores movimentam-se em bloco e as mãos podem se abrir, porém os polegares são menos móveis, podem permanecer dentro das palmas das mãos. Os membros inferiores são mais móveis e apresentam movimentos de flexão e extensão alternados. Esta movimentação é reflexa, pode ser intencional pela variedade de adaptação às exigências do ambiente, mas é involuntária. 

  • Sucção: ao encostar o bico do peito na boca da criança, ela começa a sugar;
  • 4 pontos cardeais: quando se toca no rosto da criança, ela irá movimentar a cabeça em direção ao toque;
  • Moro: com a criança suspensa, deve-se deixar a cabeça cair bruscamente. Neste momento, o recém-nascido realizará a extensão e abdução de membros superiores e inferiores, seguidos de flexão e adução;
  • Preensão palmar: quando se coloca algum objeto na mão da criança, ela, automaticamente, irá realizar uma preensão com a mão;
  • Preensão plantar: ao se colocar algum objeto sob os dedos do pé de um recém-nascido, ele irá realizar a flexão dos dedos dos pés;
  • Liberação de vias aéreas: quando colocado em decúbito ventral, o recém-nascido é capaz de realizar uma lateralização da cabeça para um dos lados, afim de liberar as vias aéreas;
  • Gallant: com a criança em decúbito ventral, se estimula a musculatura para vertebral de um dos lados e a criança irá realizar uma flexão lateral para o lado estimulado;
  • Sustentação de membros inferiores: Quando a criança é colocada com os pés apoiados num suporte, visualiza-se uma co-contração dos membros inferiores;
  • Marcha automática: quando se coloca o recém-nascido em pé numa mesa, com anteriorização do tronco, a criança é capaz de desencadear movimentos alternados de membros inferiores semelhantes à marcha.

Primeiro trimestre

Em prono, o reflexo de liberação das vias aéreas evolui para a reação labiríntica de retificação. Progressivamente, com a elevação da cabeça se ativa os músculos extensores do tronco e diminui-se o padrão flexor. Há encurtamento dos flexores de quadril, com adução e rotação externa da articulação coxo-femural.

Em supino, o padrão flexor fisiológico diminui aos poucos. Há chutes alternados que causam trabalho ativo dos abdominais.

Ocorre evolução da reação labiríntica de retificação, o que confere uma melhora progressiva do controle cervical. 

Neste trimestre diminuem os reflexos de sucção, dos quatro pontos cardeais, de Moro e preensão palmar. Os reflexos de sustentação e marcha automática desaparecem.

  • Reação labiríntica de retificação: serve para manter a posição da cabeça normal no espaço;
  • Reação cervical de retificação: quando a cabeça da criança é rodada para um dos lados, segue-se a rotação do tronco em bloco para o mesmo lado;
  • Reflexo Tônico Cervical Assimétrico (RTCA): ao lateralizar a cabeça para um dos lados, observa-se uma maior extensão do membro superior e inferior homolateral ao movimento, enquanto acontece uma maior flexão do membro superior e inferior contralateral ao  movimento.

No final deste trimestre à controle cefálico, descarga de peso dos membros superiores nos antebraços e estabilidade da cintura escapular. Deve-se ressaltar que é comum encontrar posturas assimétricas devido ao RTCA, contudo, estas devem ser suprimidas no final do trimestre, juntamente com o reflexo.

Segundo trimestre

Durante este período as reações posturais estão em pleno desenvolvimento e as crianças experimentam sensações de transferência de peso latero-lateral e de movimentos rotacionais. A reação de retificação cervical será substituída pela reação corporal de retificação.

Em supino verifica-se as mãos na linha média, a extensão dos cotovelos contra a gravidade, a retirada da cabeça do plano de apoio, a ponte, a colocação das mãos nos joelhos e nos pés, o levar os pés a boca, e o rolar. 

Em prono ocorre a posição de balconeio dos membros superiores. O peso do corpo se transfere para a pelve, desenvolvendo a anteroversão, e ocorre a liberação de um dos braços para a exploração do ambiente, com descarga de peso no hemicorpo contralateral. 

  • Reação de anfíbio (prono): quando a criança é colocada em prono e se eleva um dos lados da pelve, o membro superior e inferior homolateral ao estímulo se fletem;
  • Reação de proteção para frente (sentado)
  • Reação de Landau (ventral): colocando a criança em suspensão ventral ela responde com um movimento de extensão de cabeça e tronco;
  • Reação de retificação corporal (supino): quando a cabeça é rodada para um dos lados, a criança irá realizar dissociação de cinturas para o lado homolateral ao estímulo, até que consiga girar todo o corpo.
A criança inicia o sentar lateral pela transferencia de peso pelos membros superiores. A criança também tem capacidade de realizar a descarga de peso nas mãos com cotovelos estendidos.

Ao final deste trimestre a criança já é capaz de passar de supino para decúbito lateral e para prono, por meio da rotação de tronco. Também é capaz de passar para a posição sentada de maneira independente e é capaz de manter-se com aumento da cifose dorsal, da base de sustentação e com membros inferiores e abdução e rotação externa de quadril.

Terceiro trimestre

Este é um período de ampla exploração, visto que a criança já possui os três planos de movimento. Neste período a criança refina suas reações posturais, possui bom equilíbrio sentado e  tem grande liberdade de movimento de tronco e membros superiores.

O engatinhar primeiramente acontece de forma primitiva e depois com dissociação de cinturas. A criança senta nos calcanhares, senta de lado, passa para ajoelhada e semi-ajoelhada e, segurando nos móveis, passa para a posição ortostática.



  • Reação de proteção para os lados: a criança irá apoiar as mãos lateralmente para manter o equilíbrio e proteger de quedas;
  • Mecanismo de feedforward das mãos: as mãos da criança irá se moldar a qualquer objeto que ela segure.

Quarto trimestre

Neste trimestre a criança aperfeiçoa a posição de ortostase, há transferencia de peso e passos para a lateral com apoio e, finalmente, realiza a marcha dependente. A marcha inicial ocorre com base de sustentação alargada, abdução e rotação externa da articulação coxo-femoral, elevação dos membros superiores e fixação da cintura escapular. 

No final deste período a maioria das crianças típicas deambulam, contudo ainda existe uma preferencia pelo engatinhar, pois é uma maneira mais rápida e fácil de locomoção, visto que a gravidade tem uma influencia menor.


Fisioterapia

O conhecimento sobre o desenvolvimento neuropsicomotor é fundamental para o fisioterapeuta. A partir do momento que se reconhece o desenvolvimento típico ou normal se está apto para reconhecer situações de desenvolvimento atípico. Essas situações incluem os atrasos e as condições patológicas, que requerem intervenção com o objetivo de prevenção (estimulação precoce), ou reabilitação (no caso de grandes alterações).

A atuação da Fisioterapia é importante justamente no processo de estimulação do desenvolvimento neuropsicomotor. O fisioterapeuta deve avaliar o bebê e traçar um plano de tratamento, utilizando o ambiente e os brinquedos para trabalhar no sentido de estimular o desenvolvimento da criança, além de incluir os familiares, ensinando-os a melhor forma de estimulação a partir de posturas que influenciem o desenvolvimento motor normal.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Fibroedema gelóide


Popularmente conhecido como celulite. Contudo, o termo não é considerado correto, pois a terminação ‘ite’ significa inflamação, algo que não acontece no fibroedema gelóide. De qualquer maneira, o termo, por tempo de uso, pode ser utilizado no meio médico.
Segundo Guirro e Guirro (2002), durante o processo celulítico ocorre uma modificação da substância fundamental amorfa do tecido conjuntivo, produzindo uma reação fibrótica consecutiva que, em graus mais avançados, pode evoluir para esclerose. Em decorrência dessas alterações, ocorre uma compressão contínua dos elementos do tecido conjuntivo, entre eles, terminações nervosas.
O quadro histopatológico compreende-se, facilmente, a aparência nodulosa inestética na epiderme, diminuição por aderência tecidual aos planos mais profundos e a presença de dor à palpação desproporcional à pressão exercida ou mesmo sem motivo externo.

1.1 tipos
  • FEG flácido é a forma mais importante e freqüente, não exercendo pressão demasiadamente forte sobre vasos e nervos.
  • FEG duro apresenta formas rígidas, compactas e sem mobilidade. Esta forma caracteriza-se por impossibilidade de deslizar os planos superficiais da pele sobre os planos profundos, além de ser maior a sensibilidade dolorosa quando provocada.
  • FEG brando é quando não há aumento da sensibilidade dolorosa.
  • No FEG moderado, há um aumento da sensibilidade dolorosa.
  • No FEG grave, a sensibilidade dolorosa está bastante aumentada.

1.2 Curiosidades
  • Com o passar da idade, razões de ordens endógena e exógena, podem estabelecer condições de agravamento e expansão, tanto dos estados de obesidade quanto do FEG.
  • Existe uma tendência genética ao desenvolvimento do FEG, tendo sido encontrado um número considerável de pacientes que possuem antecedentes familiares com FEG.
  • As pacientes com FEG têm uma tendência a apresentar sinais, como microvarizes e telangiectasias, por tentativa de revascularização superficial em decorrência de fragilidade capilar.
  • Vários fatores endócrino-metabólicos, como diabetes e disfunção hormonal (principalmente do estrógeno), podem modificar o equilíbrio das proteoglicanas e glicosaminoglicanas, hormônios essenciais na fisiopatologia do FEG.
  • Perturbações emocionais levam a um aumento de catecolaminas que, em altas concentrações, estimulam a lipogênese, causando um excesso da gordura corporal, que tem um papel importante na formação do FEG.
  • A relação da gravidez com o FEG está associada com um aumento em certos níveis hormonais e, além disso, o próprio útero gravídico atua como uma barreira mecânica para retorno venoso, aumentando a estase circulatória.
  • É evidente a relação dos hormônios esteróides femininos, principalmente o estrógeno, com o FEG. Por esse motivo, o FEG é mais comum no sexo feminino e costuma aparecer logo após a puberdade, período em que os hormônios femininos passam a ser produzidos em maior quantidade.
  • As regiões mais afetadas pelo FEG, em geral, são aquelas em que ocorre obesidade na mulher, as chamadas regiões ginecóides. São elas: quadril, nádegas, coxas e, em alguns casos, pernas.
  • A associação do FEG com a flacidez muscular é um fato importante e decorrente da vida sedentária ou a prática de exercícios leves, que não são suficientes para obter um aumento e manutenção da massa muscular. Dessa maneira, a gordura corporal não é eliminada, formando uma camada sobre a pele, o FEG.

A fisioterapia dermato-funcional atua em seu tratamento utilizando recursos como drenagem linfática, ultra-som, endermologia e eletroterapia que possuem maior eficácia quando combinados.
É necessário, ainda, combinar o tratamento fisioterapeutico com uma dieta equilibrada, atividade física regular e, em alguns casos, o acompanhamento de um endocrinologista.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Fisiologia da resposta sexual feminina


Individualmente, a sexualidade, é influenciada pela família, sociedade, crenças religiosas, e altera-se com a idade, estado de saúde e experiências pessoais. Tudo coordenado pelo sistema neurológico, vascular e endócrino. Um sistema complexo, onde um problema em qualquer uma destas áreas pode levar a uma disfunção sexual.
Acredita-se que a preconização de exercícios perineais, descrita por Kegel na década de 50, possa solucionar o problema supracitado pela grande repercussão positiva que uma consciencialização do músculo perineal pode trazer.
Os especialistas ocidentais já aceitam o músculo pubococcígeo como responsável, em parte, pelo prazer sexual e acreditam que a consciência da sua existência e localização, bem como o fortalecimento deste pode levar as mulheres mais facilmente ao orgasmo, além de torná-los mais intensos.

2.1 Sistema nervoso
  • É no prosencéfalo que encontramos o sistema límbico, responsável pelas emoções e sensações de prazer, indispensável para a resposta sexual.
  • No tronco encefálico, mais precisamente no diencéfalo, vamos encontrar outra estrutura importante para a resposta sexual – o hipotálamo – cuja função é imperiosa na liberação hormonal.
  • O córtex cerebral (SNC) tem a autoridade de controlar de forma muito diligente a atividade sexual, podendo tanto inibi-la quanto facilitá-la.
  • A ereção do clitóris é controlada por fibras parassimpáticas originadas nos segmentos S2 a S4 da medula vertebral. Segundo Douglas (2000), encontramos na medula o ponto nervoso final das vias eferentes do coito. Esta é a região efetora do ato sexual. Aqui estão localizados os motoneurônios que aumentam a mobilidade dos músculos pélvicos e bulbocavernosos durante o coito; são modulados principalmente pela testosterona.

2.2 Sistema hormonal
  • Estrógeno: A ação dos estrógenos está associada ao desejo sexual feminino. Determina a feminilidade, o amor, intuição, sonho, capacidade de análise e subjetividade, além de colaborar para o aumento da lubrificação vaginal.
  • Progesterona: diminui o desejo sexual.
  • Testosterona: proporciona picos de desejo sexual do sétimo ao décimo sétimo dia do ciclo menstrual, além dos fluxos rápidos durante a excitação sexual.
  • Prolatina: Este hormônio aumenta o desejo sexual da mulher durante a gravidez, principalmente durante a amamentação, mas inibe a lubrificação vaginal da fase de excitação na resposta sexual feminina.
  • Serotonina: Responsável pela modulação do humor e do desejo sexual. Em grandes quantidades gera euforia, em quantidades muito baixas, leva a depressão. O seu extremo pode levar também à inibição do impulso sexual.
  • Dopamina: Hormônio responsável por determinar o orgasmo feminino.
  • Ocitocina: É segregada pela neuro-hipófise e encontrada em todos os tecidos do corpo. Está ligada ao contato físico. O pico ocorre durante o orgasmo, parto e amamentação.

2.3 Fisiologia da resposta sexual feminina
O ato sexual feminino não depende apenas da estimulação local dos órgãos sexuais, mas sim da resposta a uma interação com fatores psíquicos como humor e saúde.

2.3.1 Fase do desejo: é assinalada pelo impulso sexual, que vai funcionar como um ponto-gatilho para a excitação. Aqui, os órgãos do sentido vão levar esses impulsos sexuais, independente da origem do estímulo (audição, visão, olfato ou tato), para o córtex cerebral e sistema límbico, levando a mulher à excitação. A ação dos hormônios e dos neurotransmissores nesta fase são de extrema relevância. Os sinais sensoriais sexuais são transmitidos aos segmentos sacrais da medula espinhal pelo nervo pudendo e plexo sacral. Em seguida, são transmitidos ao cérebro. Os reflexos locais na porção lombar e sacral da medula são em parte responsáveis pelas reações sexuais femininas.
As mensagens captadas pela estimulação da região perineal, dos órgãos sexuais e das vias urinárias vão dar origem às sensações sexuais. Um destaque é dado à glande do clítoris, órgão particularmente sensível ao desencadeamento destas sensações.
O despertar deste impulso sexual deve se à ação imperiosa dos neurotransmissores, em destaque a feniletilamina, cuja ativação fica explícita nas eventualidades em que carícias e beijos levam o homem à ereção do pênis e a mulher à lubrificação vaginal.

2.3.2 Fase de excitação
A fase de excitação na mulher, geralmente não nos parece tão visível quanto a excitação masculina, caraterizada pelo aumento do volume do pênis. Aqui, o sistema neurovegetativo vai preparar os genitais para o ato sexual, e é uma fase marcada pela tumescência e lubrificação vaginal, sendo estes indispensáveis para uma penetração confortável.
A estimulação tátil dos órgãos sexuais e de outras zonas erógenas desencadeia, através de reflexos medulares, impulsos parassimpáticos que promovem dilatação das arteríolas de toda a genitália. A dilatação das arteríolas, por sua vez, traz como consequência o aumento do fluxo sanguíneo local, provocando uma vaso-congestão. Esse aumento do fluxo sanguíneo provoca um rubor generalizado, além das alterações vaginais locais, indispensáveis para uma penetração natural e de prazer. Os grandes e pequenos lábios apresentam edema local, alteração que também ocorre com o clitóris, e este ainda se mostra enrijecido e com o volume aumentado.
O útero também aumenta de volume, e ainda sofre uma elevação em relação á sua posição inicial. Simultaneamente, a parte posterior da vagina, antes encolhida, alonga, alarga, distende e incha, para acomodar melhor o pênis. As paredes vaginais sofrem uma mudança lenta de cor, que passa de vermelho-púrpura para vermelho-escuro, além de apresentar significativa lubrificação consequente ao transudado. O pavimento pélvico entra em miotonia.
Outra consequência da vaso-congestão é a redução do diâmetro do terço inferior da vagina, em até 1/3 do seu estado normal de não excitação, possibilitando a perfeita adaptação dessa região ao diâmetro do pênis, independente das dimensões desse órgão. Por outro lado, há uma expansão e dilatação dos dois terços posteriores do canal vaginal, quando o colo e o corpo do útero são empurrados, vagarosamente, para trás e para cima, para o interior da falsa pelve, criando um espaço onde será depositado o sêmen oriundo da ejaculação do parceiro.
O músculo bulboesponjoso tem ação importante na fase excitatória, estendendo-se para todas as demais fases da RSF. Este tecido erétil, também controlado pelos nervos parassimpáticos, dilata-se nas fases iniciais da estimulação sexual possibilitando um rápido acúmulo de sangue, levando a constrição do intróito vaginal.
Com o aumento da tensão sexual, podemos observar também reações fisiológicas extra vaginais. Estas alterações atingem primeiramente os seios, que começam a intumescer, tornando os mamilos eretos, fator decorrente da contração involuntária das fibras musculares presentes.

2.3.3 Fase de platô
Uma fase de destaque na resposta sexual feminina (RSF) é definida como estabilização ou platô, caracterizada por um estado de prazer máximo, antecedente ao orgasmo. É um período relativamente curto, seguido quase imediatamente pela fase orgástica. Nesta fase, todas as alterações ocorridas no desejo e excitação são amplificadas e intensificadas. Aqui observamos a congestão máxima da musculatura do PP e dos órgãos sexuais, e as alterações mantêm um patamar máximo, caso o estímulo sexual efetivo persista, tornando o indivíduo apto a atingir o orgasmo.
A fase de platô tem como característica o intumescimento do terço externo da vagina, uma congestão máxima que configura a plataforma orgástica. Observa-se ingurgitamento dos pequenos lábios, passando a adquirir uma cor arroxeada e o útero eleva-se ainda mais. Há aumento dos pequenos lábios e o corpo e a glande do clitóris sofrem uma retração milimétrica da sua posição.
Eventualmente, pode ocorrer aumento no tamanho dos seios no momento em que a tensão sexual atinge seu patamar máximo. Há aumento da tensão de todos os grupos musculares, voluntários e involuntários. Aumentam também a pressão sistólica e os batimentos cardíacos. Há contração semi-espasmódica dos músculos intercostais, faciais e abdominais.

2.3.4 Fase de orgasmo
Além da resposta vaginal local, existem inúmeras reações extra vaginais, o que torna o orgasmo um enredado que une corpo, mente, espírito, e tudo o que mais houver entre um e outro, numa malha de sensações e reações absolutamente distinta de pessoa para pessoa.
Há ocorrência de contrações musculares (clones) reflexas dos músculos vaginais, perineais e do útero. Essas contrações ocorrem em intervalos de 0,8 segundos e são visíveis na plataforma orgástica. O clitóris fica mais sensível ao toque. Há ainda a contração do esfíncter externo do ânus e a expansão máxima da parede vaginal posterior.
As reações extra vaginais da fase de orgasmo, são consequentes aos neurotransmissores libertados pelo lóbulo límbico na corrente sanguínea, e desencadeiam turgidez e ereção dos mamilos, aumento das aréolas, hiperventilação, e aumento da frequência cardíaca, pressão arterial e temperatura corporal. Também provoca sudorese, pilo-ereção e alteração nas pupilas, além da perda do controlo muscular voluntário. Em algumas mulheres, podemos observar contração de músculos do rosto, das mãos e dos pés.
As alterações decorrentes da fase orgásmica podem ser alteradas por fatores como flacidez muscular do PP, fadiga, depressão, ansiedade, raiva, uso de drogas ou mesmo a relação com o parceiro sexual. A individualidade na resposta ao orgasmo é influenciada por um conjunto de fatores psicológicos, hormonais e sociais, no qual a mulher está inserida, além da utilização de medicamentos e outras drogas, como álcool e cigarro.

2.3.5 Fase de resolução
Após o orgasmo, caso não seja iniciado outro ciclo excitatório, todas estas transformações provenientes dele regridem, num pequeno intervalo de tempo, que vai de alguns segundos a minutos, culminando na fase de resolução. Não sendo atingido o orgasmo, a vaso-congestão leva um tempo maior para esvaecer, podendo desencadear quadros álgicos na região pélvica feminina, em resposta ao intumescimento constante dos genitais internos.
Na fase de resolução o cérebro liberta endorfinas, responsáveis pela sensação de bem-estar e relaxamento total do corpo. Aqui serão mostrados os verdadeiros sentimentos em relação ao parceiro: amor ou desamor, pois é o momento de reflexão sobre o que foi vivido.

Fisioterapia na atenção básica de saúde


O Sistema Único de Saúde (SUS) representou na última década do século XX e nos primeiros anos do século XXI o resultado de uma organização do sistema de saúde que apresentava como diretrizes a integralidade, equidade, universalidade e intersetorialidade. O modelo de saúde proposto ressaltou a atenção integral à saúde, visando, dessa forma, superar o modelo anterior que era baseado na doença.
A Atenção Básica surgiu como forma de organização por meio de ações de saúde e foi reestruturada em 1994 com a implementação do Programa Saúde da Família (PSF) pelo Ministério da Saúde, hoje denominado Estratégia Saúde da Família (ESF).
A ESF é um meio de tentar consolidar os princípios do SUS, representando uma estratégia para reorganização da prática assistencial, composta por equipes multiprofissionais em espaço delimitado.
Por meio da Conferência Nacional de Saúde (CNS), aprovou-se em 2003 a integração de fisioterapeutas na equipe multiprofissional em apoio às equipes de Saúde da Família. Em consonância com as diretrizes supracitadas, a fisioterapia se inclui adequadamente à ESF, visto que se associa ao princípio da integralidade e, por intermédio das questões que a profissão considera,pode proporcionar melhoria na qualidade da população atendida pelas equipes.
O fisioterapeuta como componente da ESF possui atribuições específicas, dentre elas, dar assistência a todas as fases do ciclo de vida, atender pacientes com doenças exclusivas, bem como, orientar, prevenir e melhorar a qualidade de vida.
A importância da inserção do fisioterapeuta nas equipes da ESF se reforça com o fato deste poder ser capaz de intervir em doenças cardiovasculares, com prevenção de agravos por meio de atividade física, em especial os exercícios aeróbicos; cinesioterapia e medidas ou orientações capazes de contribuir para o controle do peso, glicemia e colesterol.

Exercícios aeróbicos e os benefícios cardiovasculares


O tratamento fisioterapêutico, principalmente através do exercício aeróbio, promove alterações anatômicas e funcionais no sistema cardiovascular.
Estudos têm demonstrado a melhora tanto da performance quanto da geometria cardíaca de indivíduos submetidos ao treinamento físico, caracterizado principalmente por exercícios aeróbicos. Esta melhora foi observada em indivíduos saudáveis submetidos a uma situação de sedentarismo importante e indivíduos acometidos por insuficiência cardíaca que já apresentavam alterações geométricas no coração.
O treinamento físico promove melhora na velocidade de relaxamento da musculatura cardíaca, através do aumento da síntese da proteína transportadora de Cálcio (SERCA-2), do aumento da concentração de Cálcio e da sensibilidade ao Cálcio pelos cardiomiócitos.
Programas de fisioterapia cardiovascular apresentam como principal objetivo a melhora da função cardíaca, vascular, respiratória e músculoesquelética. Esta gama de objetivos torna os programas de fisioterapia cardiovascular aplicáveis a diferentes doenças que apresentam diferentes comprometimentos.

2.1 Alterações cárdio-morfométricas em indivíduos que não apresentam alterações cardíacas
  • O aumento das câmaras cardíacas,
  • Aumento da espessura do septo interventricular e da parede posterior não superior a 13 mm,
  • Aumento da fração de ejeção
  • Melhora ou manutenção da função diastólica ventricular

Curiosidades científicas
  • Os estudos que a abordaram o impacto dos programas de exercício físico sobre a morfometria e função cardíaca avaliados através do ecocardiograma em pacientes pós-AVE são escassos. Entretanto, a eficiência destes programas em animais e outras populações já está bem documentado.

Fisioterapia no tratamento de gordura localizada


A eletrolipólise é uma técnica destinada ao tratamento das adiposidades e acúmulos de ácidos graxos localizados. Caracteriza-se pela aplicação de microcorrente específica de baixa freqüência que atua no nível dos adipócitos e dos lipídeos acumulados, que consequentemente favorece a sua destruição e eliminação.

3.1 Efeitos fisiológicos da eletrolipólise
  • Efeito joule: existe um aumento de temperatura no local onde passa a corrente. Esse aumento será responsável por uma vasodilatação local que irá favorecer o aumento do metabolismo celular. Consequentemente, facilitará a queima de calorias e o aumento do trofismo muscular.
  • Eletrolítico: modificações na polaridade da membrana celular, que tendem a uma permanência do potencial de membrana, o que consome energia.
  • Estímulo circulatório: promove vasodilatação local.
  • Sistema neuro-hormonal: a estimulação do sistema simpático ativa a enzima triglicerídeolipase, que irá desintegrar os triglicerídeos em ácidos graxos e glicerol. O ácido graxo será captados pelos músculos para obtenção de energia.

3.2 Aplicação da técnica
  • Tipo de agulha: difere de autor para autor. Alguns afirmam que pode se fazer com agulhas de acupuntura, outros, que é necessário agulhas de procedimento e existem ainda autores que sugerem agulhas de até 12cm.
  • Distancia entre as agulhas: não deve ultrapassar 10cm.
  • Freqüência: oscila entre 5 a 500Hz.
  • Intensidade: de acordo com a sensibilidade do paciente, sem visualizar contração do tecido.

3.3 Curiosidades
  • O paciente deve sentir sensações de picadas que chegam próximas do insuportável e que a intensidade deve ser aumentada durante a aplicação, de acordo com a acomodação do paciente.
  • O estímulo proporcionado por aparelhos de T.E.N.S. conseguem reproduzir o mesmo efeito dos aparelhos específicos de eletrolipólise.
  • O tratamento deve ser combinado com uma dieta balanceada e atividade física para que se tenha resultados satisfatórios.

Fisioterapia e o rejuvenescimento facial


O envelhecimento é um processo natural dos seres vivos, o qual acarreta diversas alterações morfofuncionais. Dentre essas alterações, podemos observar as alterações na pele, tais como o aparecimento de rugas, flacidez da pele, principalmente da face.


1.1 Escala de Goglau
  • Tipo I – sem rugas: Pacientes jovens, normalmente na segunda ou terceira década de vida, apresentam apenas os primeiros sinais de fotoenvelhecimento, normalmente como uma mudança na uniformidade de cor, mas, geralmente, não apresentam sinais de rugas, mesmo ao falar ou com determinadas expressões faciais.
  • Tipo II – rugas apenas em movimentos: as rugas começam a aparecer, primeiramente, apenas quando o rosto está em movimento, usualmente como linhas de expressão, paralelas aos lábios, cantos da boca e outras pequenas áreas. Esses pacientes, frequentemente, utilizam maquiagem para diminuir a irregularidade na cor e eles estão normalmente nos seus trinta ou quarenta anos de idade. Quando está imóvel, o rosto não apresenta linhas.
  • Tipo III – rugas em repouso: Aproximadamente na quinta década de vida, as rugas aparecem quando o rosto está em repouso. Linhas horizontais se tornam visíveis, paralelamente ao canto da boca, abaixo dos olhos e em outros lugares. A maquiagem é aplicada, mas tende a acentuar as linhas.
  • Tipo IV – somente rugas: Com a continuidade do fotoenvelhecimento, as rugas gradualmente se expandem, cobrindo a maioria da pele facial, normalmente próximo da sexta ou sétima década de vida, ou mais cedo nos casos mais severos. Alguns desses pacientes já tiveram um ou mais tumores de pele. Maquiagem é completamente impraticável, pois o produto apresenta aspecto quebradiço sobre uma superfície muito instável. Esses pacientes não apresentam nenhuma região sem rugas no rosto.

1.2 Escala de Lapiere e Pierrard
  • Grau I – rugas de expressão: sem alterações dermoepidérmicas.
  • Grau II – rugas finas ou com ondulações: adelgamento dermoepidérmico.
  • Grau III – rugas gravitacionais: modificação da estrutura dermoepidérmica e muscular.

1.3 Classificação de Tsuji e Cols
  • Rugas profundas: não sofrem alterações quando a pele é esticada. São decorrentes da ação solar e são encontradas principalmente em áreas expostas às radiações solares. Predominância de fibras elásticas grossas e tortuosas com presença de elastose na derme, sendo que as alterações são restritas às áreas das rugas.
  • Rugas superficiais: sofrem alteração quando a pele é esticada. São decorrentes do envelhecimento cronológico cutâneo e são encontradas nas regiões não expostas às radiações solares. Há diminuição ou perda das fibras elásticas na derme, sendo que não existe alterações visíveis entre a área das rugas e sua vizinhança.

A fisioterapia dermato-funcional utiliza técnicas, como galvanopuntura, iontoforese, microcorrentes, correntes excitomotoras, laser e ginástica facial, associadas aos cosméticos funcionais com o objetivo de prevenir o envelhecimento facial e tratar as rugas já existentes.

Síndrome do túnel cubital


É a compressão do nervo ulnar na região do cotovelo, mais precisamente na porção posterior do epicôndilo medial, entre os feixes longo e curto do flexor ulnar do punho.
As causas são variadas, podendo ser desde o uso excessivo da articulação, passando por algum trauma na região, como também anomalias anatômicas.

O paciente poderá apresentar sensação intermitente de dormência e formigamento na região hipotênar da mão, no dorso medial da mão e no quarto e quinto dedos. Essa sensação pode evoluir para dor na região do cotovelo que se irradia pelo antebraço em sua porção ulnar, pela mão, até o quarto e quinto dedos. Também irá apresentar fraqueza muscular na região inervada pelo nervo ulnar e, em casos mais graves, hipotonia dos músculos da região hipotênar e dorsal média da mão. Todas essas sensações são exacerbadas com a manutenção da flexão de cotovelo.
            Os testes que podem identificar tal patologia são dois:
·         Sinal de Tinel: o nervo ulnar será percutido na região posterior do cotovelo. Será positivo se após alguns segundos o paciente relatar dormência irradiada pelo antebraço.
·         Flexão forçada do cotovelo: o fisio irá realizar uma flexão passiva do cotovelo e irá permanecer nessa posição por cerca de 3 minutos. Será positivo se neste tempo o paciente se queixar de dormência, formigamento ou dor na região ulnar do antebraço.

O tratamento será direcionado de acordo com a gravidade do caso. Em pacientes com sintomas leves, o tratamento é simples: evitar a flexão de cotovelo, principalmente no período noturno, e evitar apoiar os cotovelos. Em pacientes que já referem fraqueza e/ou hipotonia muscular, a cirurgia é a mais indicada.

A fisioterapia entrará na reabilitação logo após o pós-operatório. Durante o período de imobilização (2 semanas), o fisio deverá realizar a mobilização precoce dos dedos e mãos, para evitar o edema e a rigidez articular. Após isso, deverá realizar exercícios de fortalecimento e sensibilização da região ulnar do antebraço e mão. A mobilização do cotovelo deverá ser lenta e progressiva.
O paciente só terá resultado meses após a cirurgia, sendo anulado quase por completo os sintomas da síndrome.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Propriocepção no tratamento de lesão no ligamento cruzado anterior

O joelho é a maior e uma das mais complexas articulações do corpo humano. Apresenta uma cinemática articular peculiar e uma estrutura cápsulo-ligamentar complexa, por ser uma articulação desenvolvida para suportar carga.

Os estabilizadores do joelho podem ser divididos em estáticos (meniscos, ligamentos e cápsulas) e dinâmicos (músculos e tendões) e, dentre os ligamentos que estabilizam o joelho, cabe destaque aos intracapsulares, os quais são: o ligamento cruzado anterior (LCA) e o ligamento cruzado posterior (LCP) que firmam a articulação, essencialmente, no sentido ântero-posterior e rotacional, prevenindo lesões.

O LCA apresenta relevante contribuição sensorial ao controle motor e à estabilidade articular. Essa contribuição é dada por meio da capacidade do LCA influenciar a ativação muscular necessária para manter a integridade da articulação durante o movimento ante a solicitação mecânica imposta a ele. No joelho, me­canorreceptores como terminações de Ruffini, corpúsculos de Pacini e órgãos tendinosos de Golgi estão presentes no LCA, no ligamento cruzado posterior e nos meniscos. Desse modo, o LCA não se configura apenas como restritor mecâ­nico, mas fornece informação sensorial ativando a estabilização muscular refle­xa. 

O LCA é descrito como o mais acometido nas lesões no joelho (46%), sendo relacionadas a atividades esportivas. A alta incidência de lesões neste ligamento leva a uma evidência de instabilidade do joelho impondo um recurso terapêutico apropriado, uma vez que esta lesão pode trazer consequências desagradáveis para as atividades da vida diária. O seu mecanismo de lesão é variável, porém o mais comum é o indivíduo com seu pé fixo ao solo, em flexão do joelho, tenta mudar de direção, com desaceleração e estresse em valgo. A lesão também pode ocorrer por hiperextensão associado à rotação interna do joelho ou por contato, quando a pessoa sofre uma força em valgo no joelho.

Após a lesão do LCA, é co­mum a instabilidade de joelho, que pode progredir para mudanças funcionais e lesões de outras estruturas articulares. Também é comum a presença de dor, edema e em seguida uma diminuição da amplitude de movimento (ADM), existindo uma grande possibilidade de um surgimento de atrofia do quadríceps.

Quando ocorre uma lesão, os mecanorreceptores também são afetados, gerando alteração na aferência proprioceptiva, comprometendo o mecanismo protetor de controle neuromuscular, determinando assim déficit na atividade muscular antecipatória (latência na estabilização reflexa), expondo as estruturas estáticas à lesão diante de forças e traumas inesperados.

Na maioria dos casos, o tratamento da ruptura do LCA é cirúrgico, que é indicado principalmente para indivíduos ativos, trabalhadores, atletas profissionais ou recreacionais, cuja articulação do joelho desempenha papel fundamental. Atualmente a cirurgia de reconstrução do LCA se tornou um dos procedimentos mais populares na cirurgia do joelho, apresentando em média 90% de sucesso com relação a restaurar a estabilidade do joelho e à satisfação do paciente.

As lesões do joelho apresentam consequências variadas para a função e qualidade de vida do indivíduo, por isso, a reabilitação completa desses sujeitos torna-se essencial. A fisioterapia possui um papel fundamental para que o indivíduo recupere a funcionalidade, através da utilização de métodos terapêuticos, favorecendo a diminuição das sequelas, além de melhorar a capacidade funcional e adaptativa, em suas atividades de vida diárias. A reabilitação deve minimizar os efeitos adversos da imobilização sem sobrecarregar os tecidos em fase de cicatrização, e, assim, permitir ao indivíduo, o retorno ao mesmo nível funcional anterior à lesão.

Alguns es­tudos, tais como os de Birmingham et al. (2001) e de Henriksson; Ledin; Good (2001), sugerem que a reconstrução bem­-sucedida do LCA se correlaciona mais com a restauração da propriocepção do que com a estabilidade mecânica, e isso se justifica pelo fato de o ligamento lesado ser substituído por um enxerto, que não tem as mesmas características do ligamento, sem restauração dos me­canorreceptores originais e conexões nervosas.

Andrews; Harrelson; Wilk (2005), Risberg et al. (2001) e Williams et al. (2001) afirmam que há redução da aferência proprioceptiva do joelho quando ocorre uma ruptura total do LCA ou após a sua reconstrução, e que os déficits na propriocepção resultantes das lesões ligamentares não afetam apenas os receptores articulares mas também a função muscular, com a consequente diminuição efetiva dos receptores musculares.

O déficit sensorial pode ser minimizado depois de lesão ou de cirurgia por meio do treinamento sensório motor, apurando a função estabilizadora reflexa e diminuindo os riscos de novas lesões. Estudos têm mostrado que programas de exercícios que estimulam as vias sensoriais proprioceptivas podem vir a melhorar a estabilidade do equilíbrio, reduzindo a incidência de lesões. 

O treino proprioceptivo, atualmente, é considerado como parte fundamental da reabilitação do pós-operatório de reconstrução do LCA, visto que no processo cirúrgico há uma perda dos receptores proprioceptivos e, consequentemente, pode-se verificar um déficit na proprioceptivo e equilíbrio do segmento lesionado.

Dentre as técnicas mais utilizadas, podem ser citadas as técnicas com uso de bola suíça, diversos tipos de pranchas de equilíbrio e até em exercícios de solo. As técnicas mais inovadoras incluem bandagens e faixas que irão adicionar um estímulo sensorial ao joelho e também pranchas vibratórias de corpo inteiro.

De acordo com esses estudos, a propriocepção não será completamente restaurada após o treinamento, pois os receptores presentes no enxerto possuem características diferentes dos receptores encontrados no LCA. Contudo os efeitos causados pelo déficit proprioceptivo serão minimizados, tendo como resultado uma melhora na qualidade de vida de pessoas que foram submetidas à reconstrução do LCA.

Em diversos estudos, foi comparado o treinamento proprioceptivo com o tratamento convencional. Contudo, concluiu-se que na verdade os dois tipos de reabilitação devem ser mesclados para melhores resultados no pós-operatório de LCA.

Referencias

Andrews JR; Harrelson GL; Wilk KE. Reabilitação física do atleta. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 419 a 420, 2005.

Henriksson M; Ledin T; Good L. Postural control after anterior cruciate ligament reconstruction and functional rehabilitation. Am J Sports Med. Vol. 29, nº 3, p. 359 a 366, 2001.

Birmingham TB; Kramer JF; Kirkley A; Inglis JT; Spaulding SJ; Vandervoort AA. Knee bracing after ACL reconstruction: effects on postural control and proprioception. Med Sci Sports Exerc. Vol 33, nº 8, p. 1253 a 1258, 2001.

Risberg MA, Mork M, Jenssen HK, HOLM I. Design and implementation of a neuromuscular training program following anterior cruciate ligament reconstruction. J Orthop Sports Phys Ther. Vol. 31, nº 11, p. 620 a 631, 2001.

Williams G; Chmielewski T; Rudolph K; Buchanan T; Snyder-Mackler L. Dynamic Knee Stability: current theory and implications for clinicians and scientists in J. Orthopaedic Sports Physical Therapy Vol. 31, nº 10, p. 546 a 556, 2001.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Humanização na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é o ambiente hospitalar onde estão localizados os pacientes mais críticos. Em geral, é um ambiente frio, pela quantidade de aparelhos monitorizadores e pelos profissionais cada vez mais habituados com a situação crítica e, muitas vezes, irreversível dos pacientes.
Sendo assim, esta unidade acaba por se tornar um ambiente com poucas interações inter-pessoais, se tornando um ambiente de trabalho mecânico e desagradável. Os pacientes são considerados leitos e os profissionais da saúde que trabalham no local acabam perdendo um pouco da sensibilidade.

O conceito de humanização pode ser traduzido como uma busca incessante do conforto físico, psíquico e espiritual do paciente, família e equipe multidisciplinar.

Humanizar a UTI significa cuidar dos pacientes como um todo, englobando o contexto familiar e social. É um conjunto de medidas que engloba:

  • Ambiente físico;
  • Cuidado com os paciente e familiares;
  • Relação entre as equipes de saúde;

Estas intervenções visam, sobretudo, tornar efetiva a assistência ao indivíduo criticamente doente, considerando-o como um todo bio-psíquico-sócio-espiritual.

1 Família
Neste momento a equipe deve oferecer à família apoio, explicando e descrevendo o aspecto do paciente, sua real situação de saúde e os equipamentos que foram instalados para monitorização e ventilação.

Antes que o membro da família chegue à beira do leito, a equipe deve prepará-lo para a difícil experiencia de encontrar um familiar ligado à inúmeros aparelhos. Para muitos desses familiares, isso significa morte iminente e raramente eles conseguem se conformar com a situação.


2 Equipe
Os profissionais da saúde que trabalham na UTI são confrontados diariamente com questões relativas à morte, o que pode gerar grande estresse emocional.
Além da morte, os profissionais também passam por outras situações que demandam muito estresse físico e emocional. São exemplo delas:

  • Lidar com a intimidade emocional e corporal do paciente;
  • Limitações técnicas, pessoais e materiais para a realização de seu trabalho;
  • Alto grau de cobrança e expectativas, tanto pessoais quanto de terceiros;
  • Solicitações intermitentes de decisões rápidas e precisas;
  • Desumana tarefa de selecionar quem tem prioridade no tratamento, principalmente devido à falta de recursos;
  • Jornadas prolongadas e de ritmo acelerado;
  • Mudanças repentinas no estado clínico do paciente.

Estas mudanças geram inquietude na equipe como um todo e os faz avaliar as capacidades pessoais de conviver no ambiente da UTI.
É importante que a equipe esteja atenta e colabore para o trabalho interativo, contribuindo para o saber educacional, facilitando sempre o processo comunicacional.


3 Paciente
A pessoa internada na UTI é, na maioria das vezes, dependente e sente-se impotente com a falta de autonomia e controle de si mesmo. Além, é claro, da sensação de isolamento, a doença grave e o medo de morrer. A ausência de atenção pode ter realmente efeitos prejudiciais sobre à saúde e a recuperação.

Pequenas atitudes dos profissionais podem indicar o processo de humanização e resgatar a dignidade do ser humano, muitas vezes abalada pela situação de internação:

  • Chamar o paciente pelo nome;
  • Utilizar tom de voz calmo  e em volume normal;
  • Olhar para o rosto do paciente e estabelecer contato cortês e respeitoso;
  • Dirigir-lhe a palavra sempre que se aproximar do leito ou for realizar algum procedimento;
  • Examinar o paciente de maneira atenciosa;
  • Utilizar-se do toque cuidadoso.


A equipe deve avaliar o comportamento e a adaptação do paciente e apoiá-lo:

  • Ameaça de desamparo;
  • Perda de controle emocional;
  • Sensação de perda de função;
  • Perda de auto-estima;
  • Sensação de isolamento;
  • Medo de morte.


A equipe deve permitir o paciente a realizar pequenas escolhas para aumentar a sensação de controle do paciente sobre si:

  • Utilizar orientação antecipada sobre qualquer técnica que for ser realizada;
  • Fornecer informações e explicações sobre o quadro clínico do paciente;
  • Incluir o paciente em decisões simples.


A equipe deve ajudar o paciente a ter um papel ativo, positivo e não um papel passivo de vítima.

Refluxo gástroexofágico (RGE) em neonatos

Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas manifestações do refluxo gastroexofágico (RGE) no recém-nascido incluem tanto a irritação da mucosa orofarígea quanto das terminações nervosas responsáveis pelos fenômenos de broncoconstrição, além de aspiração brônquica de líquido gástrico.

Agudamente, o RGE pode manifestar-se com cianose, hipotonia, apnéia e, em alguns casos, necessidade de manobras de ressuscitação. O RGE também pode ser conhecido como fator desencadeante ou agravante de manifestações respiratórias. Surge, então, como episódios de tosse espasmódica, bronquite obstrutiva com sibilância ou broncopneumonias recidivantes. Há ainda uma estreita relação entre o RGE e episódios de asma.

Quando não tratada com terapia própria para o RGE, a evolução clínica não é boa, pois acarreta complicações gástricas e, principalmente, sério comprometimento pulmonar, determinado por repetidas infecções.

De modo geral, o tratamento do RGE envolve medidas clínicas como posicionamento ao se deitar, dieta adequada e farmacoterapia, tendo como objetivos diminuir os fatores agressivos e aumentar os fatores protetores da mucosa. Em casos mais graves, o tratamento cirúrgico é indicado.

Fisioterapia no RGE


Posicionamento: Sempre que se for realizar manobras de fisioterapia em recém-nascidos portadores de RGE, o neonato deve ser posicionado com o máximo de decúbito elevado, excluindo os padrões terapêuticos que possam promover um aumento da pressão abdominal.

No intuito de se combater o mecanismo de refluxo, nos momentos de repouso, deve-se otmizar o padrão postural do neonato, procurando elevação do tronco a 30°. Esta posição também poderá a vir contribuir para o esvasiamento gástrico.

A adoção da posição sentada ou semi-sentada não é indicada, pois favorece o aumento da pressão abdominal. Este aumento de pressão pode estimular o refluxo em recém-nascidos.



Manobras de desobstrução brônquica: Uma das complicações do RGE em crianças é a brônquio-aspiração de conteúdo gástrico. Neste caso, e em outros casos que necessitem de desobstrução da via aérea, as manobras de desobstrução brônquica devem ser realizadas com as seguintes precauções:

  • Jejum de no mínimo 1h antes da fisioterapia;
  • Manobras que não provoquem intenso estímulo mecânico, como a tapotagem ou a percussão;
  • Realização da AFE (Aumento do Fluxo Expiratório) com o mínimo de pressão abdominal



Aspiração das vias aéreas: A aspiração deve ser feita preferencialmente por via nasal, pois por via oral pode-se provocar o reflexo nauseante e, consequentemente, o refluxo gástricoexofágico.

As demais técnicas fisioterapeuticas estão indicadas para o tratamento das complicações respiratórias do RGE, como também em patologias não associadas que podem acometer o recém-nascido.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Especialidades da fisioterapia - regulamentação

Muitos se perguntam o que um fisioterapeuta faz, e por não saberem, não procuram um profissional do gênero.
Pois bem, de acordo com o projeto de Lei 938/69, que foi responsável pela regulamentação da fisioterapia, estão citadas a seguir as especialidades do profissional fisioterapeuta.


  • Acupuntura: a resolução nº 219, do dia 24/12/00, reconhece, sem caráter exclusivo, a acupuntura como especialidade do fisioterapeuta. O profissional autorizado à prática de acupuntura deve ter anotado na sua carteira de identidade profissional a condição de especialista em acupuntura.
  • Dermato-funcional: a resolução nº 362, do dia 20/05/09, reconhece a fisioterapia dermato-funcional com especialidade exclusiva do profissional fisioterapeuta, sendo este responsável pelo tratamento das disfunções cutâneas, sejam elas estáticas como funcionais.
  • Desportiva: de acordo com a resolução nº 337, do dia 08/11/08, a atuação do fisioterapeuta na especialidade em fisioterapia esportiva se caracteriza pelo exercício profissional desde a promoção de atenção básica direta bem como a eleição e execução de métodos fisioterapêuticos pertinentes a este. 
  • Fisioterapia do trabalho: pela resolução nº 351, do dia 13/06/08, a especialidade de fisioterapia do trabalho é reconhecida como própria do fisioterapeuta, sendo ele responsável pelo tratamento, prevenção e regulamentação junto à Justiça do Trabalho das patologias relacionadas com o trabalho.
  • Neurofuncional: a resolução nº 189, de 09/12/98, reconhece a fisioterapia neurofuncional como especialidade própria e exclusiva do profissional fisioterapeuta, sendo este responsável pelo tratamento dos distúrbios neurológicos, suas causas e suas sequelas. 
  • Oncofuncional: a resolução nº 364/2009, alterada pela resolução nº 390/2011, reconhece o fisioterapeuta como profissional incluído na equipe multidisciplinar especializada nas disfunções provenientes de doenças oncológicas (câncer).
  • Respiratória: a resolução nº 188/98, alterada pela resolução nº 318/2006, reconhece como área de especialidade própria e exclusiva do fisioterapeuta a fisioterapia respiratória. É competente do profissional especializado nesta área, tratar as disfunções do sistema respiratório.
  • Traumato-ortopédica: de acordo com a resolução nº 260, de 11/02/04, a fisioterapia traumato-ortopédica funcional é uma especialidade própria e exclusiva do fisioterapeuta. Sendo este, responsável pelo diagnóstico cinético-funcional e tratamento das disfunções músculo-esqueléticas.
  • Osteopatia e Quiropraxia: a prática da osteopatia e/ou quiropraxia no Brasil foi designada aos fisioterapeutas de acordo com a resolução nº 220, de 22/05/2001. Segundo a resolução o fisioterapeuta só poderá ser considerado especialista em osteopatia/quiropraxia caso tenha um curso reconhecido pelo COFFITO de no mínimo 1500h.
  • Saúde coletiva: a resolução nº 363, do dia 20/05/09, reconhece o fisioterapeuta como parte integrante da equipe multidisciplinar responsável pela prevenção e educação em saúde coletiva.
  • Saúde da mulher: de acordo com a resolução n º 372, de 06/11/09, a fisioterapia na saúde da mulher é uma especialidade própria e exclusiva do profissional fisioterapeuta, sendo este responsável pela educação em saúde, prevenção e tratamento de alterações funcionais ou patológicas do organismo feminino.


Além das especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal (COFFITO) e pelo Ministério da Saúde, o profissional fisioterapeuta ainda é capacitado para atender em outras áreas pertinentes ao seu trabalho:


  • Uroginecologia: onde o profissional fisioterapeuta é responsável pela prevenção e tratamento das disfunções urológicas, ginecológicas e sexuais.
  • Gerontologia: onde o profissional fisioterapeuta é responsável pela promoção da saúde em idosos, prevenindo e tratando as disfunções funcionais e sociais pertinentes ao envelhecimento.
  • Neonatologia/Pediatria: onde o fisioterapeuta tem como competência a prevenção e tratamento de disfunções pertinentes a esta idade da vida.

Site de referencia:
COFFITO. Especialidade reconhecidas pelo COFFITO. Disponível em: http://coffito.org.br/conteudo/con_view.asp?secao=28. Acesso em: 05/02/2013.

O que é fisioterapia

Muitos já ouviram falar de fisioterapia, mas poucos sabem o que realmente significa esta profissão e sua história.
De acordo com o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), fisioterapia é uma ciência da área da saúde que estuda, previne e trata os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações genéticas, por traumas e por doenças adquiridas.
A profissão foi regularizada no país há pouco mais de 40 anos, exatamente no dia 13 de outubro de 1969, pelo projeto de lei nº 938/69. Por ser uma profissão relativamente nova no país, não é muito conhecida pela população que, geralmente, confunde o papel do fisioterapeuta com o de outros profissionais da saúde, levando, muitas vezes, a fisioterapia à descrença.
Por esse motivo, este blog tem como objetivo explanar sobre a atuação do profissional fisioterapeuta nas diversas áreas em que ele atua.
Para maiores informações sobre a fisioterapia, visite o site do COFFITO:
http://www.coffito.org.br/index.php?script=Autenticacao