sábado, 9 de fevereiro de 2013

Refluxo gástroexofágico (RGE) em neonatos

Os mecanismos fisiopatológicos envolvidos nas manifestações do refluxo gastroexofágico (RGE) no recém-nascido incluem tanto a irritação da mucosa orofarígea quanto das terminações nervosas responsáveis pelos fenômenos de broncoconstrição, além de aspiração brônquica de líquido gástrico.

Agudamente, o RGE pode manifestar-se com cianose, hipotonia, apnéia e, em alguns casos, necessidade de manobras de ressuscitação. O RGE também pode ser conhecido como fator desencadeante ou agravante de manifestações respiratórias. Surge, então, como episódios de tosse espasmódica, bronquite obstrutiva com sibilância ou broncopneumonias recidivantes. Há ainda uma estreita relação entre o RGE e episódios de asma.

Quando não tratada com terapia própria para o RGE, a evolução clínica não é boa, pois acarreta complicações gástricas e, principalmente, sério comprometimento pulmonar, determinado por repetidas infecções.

De modo geral, o tratamento do RGE envolve medidas clínicas como posicionamento ao se deitar, dieta adequada e farmacoterapia, tendo como objetivos diminuir os fatores agressivos e aumentar os fatores protetores da mucosa. Em casos mais graves, o tratamento cirúrgico é indicado.

Fisioterapia no RGE


Posicionamento: Sempre que se for realizar manobras de fisioterapia em recém-nascidos portadores de RGE, o neonato deve ser posicionado com o máximo de decúbito elevado, excluindo os padrões terapêuticos que possam promover um aumento da pressão abdominal.

No intuito de se combater o mecanismo de refluxo, nos momentos de repouso, deve-se otmizar o padrão postural do neonato, procurando elevação do tronco a 30°. Esta posição também poderá a vir contribuir para o esvasiamento gástrico.

A adoção da posição sentada ou semi-sentada não é indicada, pois favorece o aumento da pressão abdominal. Este aumento de pressão pode estimular o refluxo em recém-nascidos.



Manobras de desobstrução brônquica: Uma das complicações do RGE em crianças é a brônquio-aspiração de conteúdo gástrico. Neste caso, e em outros casos que necessitem de desobstrução da via aérea, as manobras de desobstrução brônquica devem ser realizadas com as seguintes precauções:

  • Jejum de no mínimo 1h antes da fisioterapia;
  • Manobras que não provoquem intenso estímulo mecânico, como a tapotagem ou a percussão;
  • Realização da AFE (Aumento do Fluxo Expiratório) com o mínimo de pressão abdominal



Aspiração das vias aéreas: A aspiração deve ser feita preferencialmente por via nasal, pois por via oral pode-se provocar o reflexo nauseante e, consequentemente, o refluxo gástricoexofágico.

As demais técnicas fisioterapeuticas estão indicadas para o tratamento das complicações respiratórias do RGE, como também em patologias não associadas que podem acometer o recém-nascido.

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