terça-feira, 7 de maio de 2013

Síndrome do homem rígido

A síndrome do homem rígido, também denominada Síndrome de Moersch-Woltmann, é definida como uma condição caracterizada por espasmos persistentes, abrangendo vários músculos do corpo, principalmente os músculos dos membros inferiores e do tronco. Esta condição tende a surgir entre os 40 e 60 anos de idade em ambos os sexos. Por esse motivo, o termo mais adequado para esta síndrome seria a Síndrome da Pessoa Rígida.

Manifestações clínicas

As manifestações clínicas desta síndrome surgem de forma insidiosa nos músculos axiais, ou seja, músculos do tronco, com os pacientes apresentando uma postura totalmente ereta, com rigidez muscular e dor nas costas. Inicialmente os espasmos são intermitentes, tornando-se contínuos com o evoluir da síndrome.
Nos estágios mais avançados da desordem, há o acometimento dos músculos de membros inferiores e o paciente tende a mover-se mais lentamente e apresentando espasmos vigorosos e duradouros. Relatos afirmam que o paciente pode sofrer espasmos musculares que duram de cinco minutos a uma hora.
Os espasmos podem afetar a face a laringe, dificultando a deglutição e a fala. A acentuação da lordose a depressão também podem ser encontradas nesses pacientes.
Nos estágios finais da doença, o paciente apresenta grande dificuldade de realizar suas atividades da vida diária, além de apresentar disfunção respiratória, lesões musculares e até mesmo fraturas causadas pelas violentas contrações musculares.

Causas

Não existe ainda um consenso sobre a causa desta síndrome, contudo, acredita-se que este distúrbio resulte da presença circulantes contra a enzima descarboxilase do ácido glutâmico (DAG), uma enzima que limita a velocidade da síntese do neurotransmissor inibitório gama-amino-butírico (GABA), o que provoca contrações musculares de grande duração.
Foi observado em alguns estudos que o estresse emocional como a depressão ou a ansiedade; estímulos ambientais como a iluminação e os ruídos; movimentos voluntários ou até mesmo passivos; podem ser desencadeantes das contrações involuntárias.

Tratamento

Ainda não existe um tratamento eficaz para esta síndrome, sendo o atual um tratamento paliativo. Envolve o uso de relaxantes musculares, como as benzodiazepinas, que potencializam a ação do GABA. Contudo, ao passo que a desordem evolui este tratamento perde a eficácia.
Alguns profissionais da área recomendam a realização de tratamentos imunossupressores, plasmaferase e até administração intravenosa de imunoglobulina. Também já foram testados o uso do anticorpo monoclonal rituximab e de propofol, apresentando bons resultados evidenciados por uma remissão duradoura dos sintomas. Contudo, a condição rara desta síndrome dificulta estudos mais detalhados em relação ao tratamento.

Atuação da fisioterapia

De acordo com os especialistas, uma importante forma de tratamento é a fisioterapia, que pode auxiliar consideravelmente na minimização dos espasmos musculares. Contudo, os fisioterapeutas deparam-se com desafios devido à escassez de informações na literatura.
Há falta de informação sobre a intervenção da fisioterapia no manejo dos pacientes com esse distúrbio. Exercícios terapêuticos e treinamento funcional, englobando técnicas de alongamento e relaxamento musculares, transferências de decúbito e treino progressivo da marcha, mostraram melhoria da amplitude de movimento, postura e marcha, apesar da permanência da rigidez muscular, do espasmo e da dor.
A natureza crônica, progressiva e variável deste distúrbio justifica a intervenção contínua da fisioterapia, já que esta mostrou ter alguma importância na melhoria dos sintomas.

Convulsão pós AVC

O acidente vascular cerebral (AVC) é caracterizado pela perda rápida da função neurológica recorrente pelo entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos cerebrais. É um doença de início súbito na qual o paciente pode apresentar paralização ou dificudade de movimentação de um hemisfério do corpo, dificuldade na fala ou articulação das palavras e déficit visual de súbito de parte do campo visual.
As principais sequelas do AVC são as sequelas motoras e de linguagem, porém várias outras complicações podem ocorrer, entre elas as crises convulsivas.
Os AVCs constituem uma das causas mais importantes de crises convulsivas tardias, sendo observado em cerca de 30 a 45% dos indivíduos com mais de 60 anos que passam por convulsões.

Convulsão é a mudança súbita de comportamento provocada pelo excesso de atividade elétrica no cérebro. Estas alterações podem refletir-se a nível da tonicidade corporal, gerando contrações involuntárias musculares com movimentos desordenados, alterações do estado mental ou outros sintomas psíquicos.

Tipos de convulsão

De ausência: a pessoa perde a consciência por um breve momento;
Clônicas: apresenta movimentos involuntários em ambos os lados do corpo;
Mioclônicas: envolvem movimentos voluntários da parte superior do corpo;
Tônicas: contração súbita de um grupo muscular. Mais frequente durante a noite;
Atônicas: perda do controle muscular, fazendo a pessoa cair e até desmaiar;
Tônico-clônicas: envolve a combinação dos sintomas das convulsões clônicas e tônicas.

Recomendações

Diante de um quadro de convulsão:

  • Deite a pessoa de lado para que não se engasgue com a própria saliva ou vômito;
  • Remova todos os objetos ao redor que tenham risco de machucá-la;
  • Afrouxe-lhe as roupas;
  • Erga o queixo para facilitar a passagem de ar;
  • Não introduza nenhum objeto na boca ou tente puxar a língua;
  • Permita que a pessoa descanse ou até durma após uma crise


O que não fazer

Durante e após um crise convulsiva é importante que certos cuidados sejam tomados para garantir a integridade física tanto da pessoa que está sofrendo a convulsão como do seu acompanhante:

  • Não se deve imobilizar os membros superiores e inferiores durante a crise, isso pode causar lesões físicas tanto na pessoa que está sofrendo a convulsão como naquela que está tentando contê-lo;
  • Não tentar balançar a pessoa, esse procedimento pode provocar falta de ar;
  • Não coloque os dedos dentro da boca da pessoa, a contração muscular involuntária dos músculos da mastigação pode fazer com que a pessoa lhe morda com bastante força e isso pode machucá-lo;
  • Em casos associados com febre, não dar banhos, pois a pessoa corre o risco de se afogar, principalmente os banhos de banheira. Também não se deve usar compressas de álcool, visto o risco de lesões oculares e o perigo de acidentes com chamas;
  • Não medique durante a crise, os reflexos da pessoa estão alterados e ela pode se engasgar com o medicamento. Também não administre medicamentos sem consultar um médico;
  • Não se deve realizar atividades físicas durante 48h após a crise por dois motivos: primeiro, a convulsão é um fenômeno que causa exaustão neuromuscular, segundo, atividades físicas podem desencadear uma nova crise.